Um
relatório de vistoria da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) apurou a causa da mortandade de peixes na Linha Mineiro, interior de São
Martinho. De acordo com o documento elaborado pela equipe do Balcão de Licenciamento Ambiental Unificado do Noroeste, o fato aconteceu em função do escoamento de fezes
e urinas de suínos e bovinos no Lajeado Mineiro, afluente do Rio Inhacorá. "O único fator que poderia ter provocado isso são os dejetos de
criações da atividade rural", afirmou a coordenadora do Balcão, Elenir Linauer.
A investigação teve início na
última segunda-feira (19). Após receber imagens de peixes mortos, a Fepam reuniu órgãos ambientais e elaborou um plano de ação. Participaram da
operação a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Vigilância Sanitária de São Martinho. Segundo Elenir, essa é a primeira vez que a Fepam
registra um fato deste tipo naquela região. "O excesso de matéria orgânica no rio impactou o curso hídrico, determinando a redução do
oxigênio disponível na água e acarretando a morte dos peixes", afirmou. Foram encontrados lambaris, jundiás e cascudos mortos.
O
relatório também aponta que cinco propriedades rurais do entorno podem ter contribuído para a contaminação do curso hídrico. Ao todo, oito
estabelecimentos passaram por vistoria. Em uma das propriedades, a equipe reparou sinais de que poderia ter ocorrido transbordamento da esterqueira, local onde são depositados os
dejetos da suinocultura. A Fepam solicitou ao empreendedor a regularização imediata da estrutura como condicionante para a retomada das atividades.
A
equipe também coletou, em pontos estratégicos, amostras de água que serão analisadas pela Coordenadoria Regional da Secretaria da Saúde do Estado. Depois
da conclusão do relatório, será feito um auto de constatação no sistema da Fepam. Caberá à Divisão de Fiscalização
analisar a emissão de multa aos proprietários dos estabelecimentos rurais.