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19/06/2018 | 06:24 | Polícia | Trânsito

Multas por embriaguez triplicam e número de acidentes com morte cai no RS

Quantidade de mulheres multadas no Estado por dirigirem alcoolizadas aumentou 11 vezes

Quantidade de mulheres multadas no Estado por 

dirigirem alcoolizadas aumentou 11 vezes
André Feltes / Especial
O número de multas por embriaguez ao volante no Rio Grande do Sul em 2017 chegou a 21,9 mil — o triplo do registrado em 2008, quando foram 6,8 mil casos. Entre as mulheres, embora ainda sejam minoria dos condutores flagrados, as autuações aumentaram 11 vezes.  No mesmo período, o número de acidentes com morte teve redução no Estado. Em 2008, foram 1,9 mil vítimas e, no ano passado, 1,7 mil, uma queda de 8%.  
O levantamento foi divulgado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS) por conta dos 10 anos da Lei Seca. 
Criada como forma de coibir a combinação de álcool e direção, por meio da tolerância zero, a lei permitiu que 174,4 mil motoristas fossem multados no Estado nestes 10 anos.  Em 2017, foram autuados 846 condutores a mais do que em 2016. Na lista da década, 2012 teve maior concentração de multas, com 23,7 mil registros. 
Se o aumento aponta que condutores seguem desrespeitando a lei, para o engenheiro civil e doutor em transportes João Fortini Albano, outros aspectos devem ser considerados, como o aumento de 58% na frota. 
— A fiscalização se tornou mais efetiva, houve aumento no número de condutores e no número de veículos. Acho que essas três coisas estão relacionadas com o número de autuações. Ninguém gosta de ter sua carteira cassada, de pagar pesadas multas ou de ser provocador de acidentes. Hoje nós vemos um respeito a blitz. Infelizmente, tem que usar essas ferramentas mais pesadas para obter resultados — afirma. 
Acidentes apresentam redução 
No mesmo período analisado no levantamento, o número de acidentes com morte teve redução no Estado. Em 2008 foram 1,9 mil vítimas e, no ano passado, 1,7 mil, uma redução de 8%.  Albano acredita que a Lei Seca foi um fator importante nessa redução, já que no mesmo período o número de condutores aumentou 30%. 
— Apesar de aumentar a população, aumentar a frota, houve essa redução. Em parte, pode-se atribuir a os motoristas estarem mais inibidos para dirigir após ingerir bebida alcoólica. Outra parte são o valor das multas e a efetividade da fiscalização. A redução de acidentes tem várias parcelas. Uma delas, sem dúvida, é a Lei Seca.
Mais mulheres autuadas
Outro dado que despertou a atenção é o aumento no número de mulheres autuadas, de 151 em 2008 para 1,6 mil em 2017. No período, o número de motoristas mulheres no RS passou de 1 milhão (28% dos condutores) para 1,6 milhão (34%). Albano acredita que isso pode ser atribuído a uma mudança de comportamento.
— Isso significa que tem mais mulheres bebendo. O consumo atinge todas as faixas de gênero e idade. Acho que isso está dentro do contexto de igualdade. 
Diza Gonzaga, presidente da Fundação Thiago Moraes Gonzaga, entende que o maior rigor das blitze tem mais impacto no levantamento do que o comportamento feminino ao volante. 
— As mulheres são naturalmente mais cautelosas. São minoria nos acidentes com mortes e lesão. Dificilmente se vê uma mulher  numa ultrapassagem arriscada ou fazendo "pega" — argumenta. 
Balada Segura em 34 municípios
Em fevereiro de 2011, o Detran-RS lançou a Operação Balada Segura, hoje presente em 34 municípios, com blitze regulares. Para Diza Gonzaga, o aumento do número de condutores flagrados está relacionado com a ampliação de ações como essa. 
— Muitos municípios, antes, não tinham fiscalização nenhuma. Isso impacta os dados. 
O diretor-geral do Detran-RS, Paulo Roberto Kopschina, argumenta que a lei mudou o hábito, antes socialmente tolerado, de beber e dirigir. 
— Depois de 10 anos, ninguém questiona a importância da medida. Pode-se dizer que foi uma lei que "pegou" e salvou incontáveis vidas.
Para Diza, ações de conscientização como as realizadas pela fundação, criada há 22 anos, após a morte do filho em um acidente de trânsito, são fundamentais para evitar fins trágicos.
— Os jovens estão mais conscientes. Já se percebe uma mudança ao longo de todos esses anos de trabalho. Mas a lei é punitiva, não é educativa. A educação é fundamental para virar algo que permeie décadas.
Penalidades
O motorista que for flagrado dirigindo alcoolizado está sujeito a aplicação de multa no valor de R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. A infração é considerada gravíssima e soma sete pontos na carteira. 
Fonte: Gaúcha ZH
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