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14/08/2018 | 06:54 | Polícia

Polícia prende líder de reserva indígena suspeito de dois assassinatos no RS

Votouro, em Benjamin Constant do Sul, foi alvo de operação com mais de 200 policiais no último dia 2 e, mesmo com cinco presos, PF procura mais 10 suspeitos

Votouro, em Benjamin Constant do Sul, foi alvo de operação 

com mais de 200 policiais no último dia 2 e, mesmo com cinco presos, PF procura mais 10 suspeitos
Suspeito de 39 anos estava escondido em um matagal dentro da própria Reserva do Votouro, em Benjamin Constant do Sul (Polícia Federal / Divculgação)
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta segunda-feira (13) um dos indígenas foragidos da Operação Terra Sem Lei, deflagrada há 11 dias na Reserva do Votouro, em Benjamin Constant do Sul, no norte do Estado. O homem de 39 anos, cuja identidade não foi divulgada, é suspeito de ser um dos líderes do grupo investigado por dois assassinatos e de  manter em cárcere privado e torturar o prefeito do município, Itacir Hochmann.
— Ele era um dos nossos principais alvos, por estar diretamente envolvido nos homicídios, tanto como mandante como executor — afirma o chefe da PF de Passo Fundo, Mauro Vinicius Soares de Moraes. — É um dos mais perigosos do bando, anda sempre com colete à prova de balas e arma à vista — acrescentou.
Em março, um indígena foi assassinado dentro da reserva, dando origem às investigações policiais. Depois, em maio, Nathan Cozer Hochmann, 21 anos, sobrinho do prefeito, teria sido morto por engano na região. 
No último dia 2, mais de 200 agentes da PF, da Brigada Militar e do Exército deflagraram a Operação Terra Sem Lei e conseguiram prender quatro suspeitos, sendo três em prisões preventivas e um em flagrante. Conforme Moraes, outros 10 alvos seguem foragidos.
O homem preso nesta segunda-feira estava escondido em um matagal dentro da própria reserva. O delegado afirma que as buscas aos demais suspeitos seguem sendo feitas, e que a principal dificuldade é a falta de informações.
— Eles se escondem no mato e ninguém ajuda, ninguém passa informações. Mas nós vamos ficar direto lá, até aprender todo mundo — disse Moraes.
Conforme a PF, os conflitos na aldeia ocorrem por disputa por poder. Diferentes grupos caingangues estariam tentando eleger o cacique. Com isso, ganhariam o direito de arrendar terras para outras pessoas e ter o controle financeiro da aldeia. 
— Mesmo com 250 policiais tendo ido até a reserva, feito a operação e prendido pessoas, eles (indígenas suspeitos) seguem tramando a morte de mais gente — afirma o chefe da PF. — Tudo por um único motivo: dinheiro.
A operação, denominada Terra Sem Lei, investiga os crimes de homicídio, tentativa de homicídio, incêndio criminoso, rixa qualificada, organização criminosa, cárcere privado e tortura.
No dia em que deflagrou a operação, a PF encontrou uma prisão informal dentro da reserva indígena. O galpão de tijolos, com duas celas dentro, gradeadas com ferro, teria sido o local onde o prefeito do município foi mantido em cárcere e torturado. 
Segundo a investigação, era nessa cadeia clandestina que os desafetos de um dos grupos de indígenas eram mantidos após serem capturados. 
Fonte: Gaúcha ZH
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