A má notícia: o Inter foi a Recife e parou no Sport. Com uma atuação digna de Z-4, perdeu de virada por 2
a 1 para um dos piores times do Campeonato Brasileiro. Travou na vice-liderança do torneio, mas, com esse resultado, o time de Odair Hellmann pode encerrar a rodada do fim de semana
das eleições até na quarta colocação. Agora, a boa notícia: é impossível o Inter jogar tão mal assim de novo. No
próximo domingo, os colorados terão um jogo que poderá definir o seu destino no Brasileirão: receberão o São Paulo, no Beira-Rio.
Os seis primeiros minutos de jogo foram de sufoco do Sport sobre o Inter. Mais: a equipe de Odair Hellmann sequer conseguiu passar do meio-campo. Quando
tinha êxito, era através de um bico para a frente. Nada de lances trabalhados. O Inter parecia desatento à partida. Um lance emblemático: Patrick dominou a bola
na entrada da área colorada, não percebeu Michel Bastos às costas, perdeu a jogada, e o ex-Grêmio bateu à esquerda de Marcelo Lomba.
Aos 13 minutos, um chute sem consequência alguma de Camilo. Porém, foi a primeira conclusão colorada no jogo. O Inter acumulava erros de passes e, sem resolver o jogo,
começava a dar armas e a entusiasmar um dos piores times do Brasileirão - e desfalcado.
Aos 27 minutos, mais um lance emblemático. Camilo
domina no meio-campo, olha para todos os lados, e toma uma decisão equivocada: cruza a bola para a esquerda, diretamente para fora e longe de Iago. O Inter não se encontrava
no jogo. Para a sorte dos colorados, o Sport parecia não ter mais forças para pressionar, como no início da partida.
O trilar do apito do
árbitro goiano André Luiz de Freitas Castro, indicando o final do primeiro tempo, surgiu como um colírio para os olhos. Sport e Inter fizeram um dos piores 45 minutos
do Campeonato Brasileiro de 2018.
— Está difícil. O time do Sport mudou a proposta, deu a bola para a gente rodar. Não estamos conseguindo
dar a velocidade que a gente quer, o próprio gramado prende um pouquinho. Vamos conversar para voltar melhor para o segundo tempo — comentou o capitão do Inter, Rodrigo
Dourado, no intervalo.
Apesar do que foi apresentado em campo, Odair Hellmann não mexeu na equipe para o segundo tempo. O Inter ao menos parecia mais
concentrado no jogo. Logo a um minuto, Dourado roubou uma bola na entrada da área do Sport, passou para Patrick, que bateu firme para a defesa de Magrão.
Aos 10 minutos, D'Alessandro entrou no lugar de Rossi, lesionado. Três minutos depois, a primeira jogada em velocidade do Inter, em um contra-ataque de D'Alessandro
com Pottker, e conclusão do argentino para fora. Já o Sport chegava em lances aleatórios, mas sempre perigosos em um 0 a 0 de mau futebol. Michel Bastos, em um chute de
fora da área, em que a bola quicou antes de Lomba defender.
Aos 21 minutos, porém, um sopro de qualidade. O Inter recuperou a bola no campo do
Sport. Pottker encontrou D'Alessadro, que enxergou Nico López correndo área adentro pela direita. O camisa 10 lançou o uruguaio, que bateu na saída de
Magrão: Inter 1 a 0.
E o gol foi providencial. Porque, depois do 1 a 0, o Inter voltou a ser pressionado pelso donos da casa, e a se defender contra-
atacando. Mateus Gonçalves quase fez um golaço, de longe, bantendo em curva, no ângulo, mas Marcelo Lomba, com uma defesa espetacular, impediu o empate. Em seguida,
Charles entrou no lugar de Camilo. O volante nem bem havia chegado na área para defender um escanteio quando Adryelson — o zagueiro da base do Sport, que estreava no time de
cima — subiu sozino e cabeceou vencendo Lomba: 1 a 1.
Mas a virada do fraco e desfalcado Sport chegaria aos 42 minutos. Charles entregou a bola na entrada da
área, o arisco Mateus Gonçalves recebeu, ingressou na área e apenas desviou de Lomba: Sport 2 a 1.
O Inter, que foi a Recife pensando em
título, parou em mais um postulante à Série B. De novo. E, agora, o seu futuro no campeonato já é incerto.