Assim como aconteceu diante do São Paulo, o Inter
ganhou de virada e na base do sofrimento. O 2 a 1 sobre o Atlético-PR, com um gol de pênalti, aos 48 minutos do segundo tempo, manteve o Inter firme na briga pela vaga direta
à Libertadores. Com o gol de D'Alessandro, o Inter voltou à vice-liderança do Brasileirão, cinco pontos atrás do Palmeiras, dono de uma tabela suave
até o final do campeonato. No próximo domingo, o Inter se reencontrará com o seu passado: Lisca. Na difícil partida contra o empolgado Ceará, na Arena
Castelão.
Parece que nem mesmo o Plano B do segundo semestre, obter a vaga direta à Libertadores, via G-4, parece ter tirado a
tensão dos jogadores do Inter. Enfrentando os reservas do Atlético-PR - uma vez que os paranaenses estão bem mais interessados nas semifinais da Copa Sul-Americana,
quando enfrentarão o Fluminense -, a equipe de Odair Hellmann precisou de bem mais de 20 minutos para entrar de vez no jogo em pleno Beira-Rio.
Sem Rodrigo
Dourado nem Edenilson, e com Gabriel Dias e Juan Alano em campo, D'Alessandro virou Dourado. Foi obrigado a recuar tanto, que em diversas vezes foi visto armando as jogadas na frente de
Rodrigo Moledo e de Víctor Cuesta. O futebol do Inter no primeiro tempo foi quase indigente. Patrick também pouco ajudou na criação - ou no ataque.
D'Alessandro, sem ter com quem tabelar, tentava lançamentos de 40 metros para o ataque. Foi assim para Nico López, foi assim para Iago. Não teve
sucesso em nenhuma das tentativas. Enquanto isso, os reservas do Atlético-PR começavam a se sentir bem em Porto Alegre. Wanderson, de falta, e sem barreira - a pedido de
Marcelo Lomba, bateu à esquerda do gol, mas muito, muito perto da trave.
O primeiro tempo chegou ao fim com uma péssima notícia e com
uma boa notícia para a torcida do Inter: o time fez os piores 45 minutos iniciais da temporada em casa no Campeonato Brasileiro; mas era impossível piorar. Sem os seus dois
principais volantes, o Inter sofreu demais para jogar. Daí, uma das explicações de o porquê o Palmeiras será o campeão brasileiro: peças de
reposição.
- O time deles está atrás, marcando bem os nossos passes. Com maior tranquilidade voltaremos melhor - comentou Juan
Alano, no intervalo.
No segundo tempo, Odair Hellmann insistiu na formação inicial, e não mexeu na equipe. Aos três minutos, jogada de Juan
Alano, com conclusão de Nico López para a defesa de Felipe Alves. Não foi muito, mas ao menos foi um chute a gol. O Atlético-PR foi à frente e,
após um cruzamento para a área, Cuesta cabeceou para trás e acertou a trave. Por pouco não saiu um gol contra.
Apesar da suave melhora,
não parecia que o Inter iria adiante com a escalação que estava em campo. Odair não fazia menção em mexer no time. Aos 13 minutos, em um contra-
ataque de Nico com Damião, o camisa 9 concluiu, mas o goleiro paranaense defendeu. O Inter tinha dificuldades para avançar. E esse foi o último lance de Damião
no jogo. Foi substituído pro Wellington Silva - e o treinador acabou vaiado na alteração.
Mas as coisas poderiam piorar, sim. Aos 19 minutos,
Patrick perdeu a bola para Camacho, que correu até a entrada da área e bateu, Marcelo Lomba estava enquadrando o corpo para defender, quando Moledo desviou a bola:
Atlético-PR 1 a 0. O gol fez o Inter se desesperar, precipitar as jogadas e, por pouco, não levar o segundo gol.
Aos 34 minutos, Odair, enfim,
desistiu de Gabriel Dias, e mandou Rossi a campo. A velha tática de empilhar atacantes em desespero surtiu efeito. Dois minutos depois, Wellington Silva cruzou na área e
Moledo surgiu para se redimir e empatar o jogo.
Odair Hellmannn arrumou o time ao sacar Gabriel Dias. Aos 47 minutos, Rossi foi derrubado na área.
Pênalti que D'Alessandro bateu, marcou, e virou para o Inter. Que segue firme para obter a vaga direta á fase de grupos da Libertadores, e que ainda mantém um pouco
de esperança no título.