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18/02/2020 | 05:30 | Polícia

Motorista de aplicativo é banido após jovem gravar suposto assédio durante corrida em Viamão

Adolescente, de 17 anos, gravou conversa com o motorista enquanto se deslocava para a casa de uma amiga. Uber informou ao G1 que ele não está mais ativo na plataforma da empresa. Polícia investiga o caso

Adolescente, de 17 anos, gravou conversa com o motorista enquanto se deslocava para a casa de uma amiga. Uber informou ao G1 que ele não está mais ativo na plataforma da empresa. Polícia investiga o caso
Jovem gravou o momento em que teria sido assediada ? Reprodução
A Polícia Civil investiga um suposto assédio a uma adolescente, de 17 anos, em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, na tarde de domingo (16). A jovem, que se deslocava para a casa de uma amiga, gravou o momento em que o motorista de carro de aplicativo a teria assediado.
Os nomes dos envolvidos não serão divulgados pelo G1 por questão de segurança.
"Ele começou a fazer elogios. Dizendo que eu era a passageira mais bonita que ele tinha pego, que geralmente só entrava gente feia", conta a jovem.
Após o fim da corrida, ela denunciou o perfil do motorista no aplicativo e fez um registro de ocorrência na Delegacia da Mulher de Viamão. Por meio de nota, a Uber informou ao G1 que a conta do motorista foi banida do aplicativo. (Leia nota abaixo)
No vídeo, é possível ouvir o momento em que a jovem avisa ao homem que é menor de idade, mas o motorista rebate e diz que "não seria um problema". Ele continua: "seria problema se tivesse 13 anos, e acho que tu não tem 13 anos, 14 para cima tu já é responsável", disse ele.
Ele segue falando: "eu namoraria contigo se tu não tivesse namorado". Nesse momento, a jovem informa que ele tem idade para ser pai dela e o motorista responde: "mas eu não sou teu pai. Eu faria coisas que teu pai não faria, pode ter certeza".
Depois de postar os vídeos em uma rede social, a jovem recebeu relatos de outras adolescentes dizendo que já conheciam o motorista e que também tinham passado pela mesma situação.
"Eu fiquei apavorada. Fiquei com medo de ser grossa com ele e ele acelerar o carro e fazer algo pior", contou ao G1.
A mãe da jovem acompanhou a filha na delegacia durante o registro da ocorrência. "Fiquei completamente indignada e com nojo do que ele falou para ela", disse.
De acordo com a mulher, a família usa com frequência o aplicativo, e que depois do episódio ficaram com receio de fazer novas chamadas.
A delegada responsável pelo caso, Marina Dillenburg, disse ao G1 que a partir do boletim de ocorrência vai ser instaurado inquérito policial.
"Vamos identificar formalmente o acusado e ouvir a versão dele. Também vamos demandar a Uber para ver se já houve outro tipo de reclamação contra o mesmo homem", completa.
De acordo com a delegada, ainda não é possível dizer pelo que o homem será indiciado. "Temos que analisar todos os indícios com calma".
Confira nota da Uber na íntegra
A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes. A conta do motorista parceiro foi banida assim que a denúncia foi feita.
A empresa defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Todas as viagens com a plataforma são registradas por GPS. Isso permite que em caso de incidentes nossa equipe especializada possa dar o suporte necessário, sabendo quem foi o motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto realizado.
Como parte do processo de cadastramento para utilizar o aplicativo da Uber, todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos pelo próprio motorista e com consentimento deste, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o País em busca de apontamentos criminais, na forma da lei. A Uber também realiza rechecagens periódicas dos motoristas já aprovados pelo menos uma vez a cada 12 meses.
Desde 2018 a Uber tem um compromisso público para enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, materializado no investimento em projetos elaborados em parceria com entidades que são referência no assunto, que inclui campanhas contra o assédio e podcast para motoristas parceiros sobre violência contra a mulher, entre outras ações. Em novembro, a Uber anunciou um investimento de R$ 5 milhões para continuidade desse compromisso ao longo dos próximos anos.
Fonte: G1
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