Logomarca Paulo Marques Notícias

01/08/2020 | 05:31 | Geral

Madrugada desta sexta-feira tem registro de mais de 600 meteoros no RS

Raro meteoro do tipo fireball foi filmado por observatório de Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre

Raro meteoro do tipo fireball foi filmado por observatório de Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre
Chuva de meteoros registrada em observatório de Taquara - Observatorio Espacial Heller & Jung / Divulgação
Quem se dispôs a olhar para o céu na madrugada desta sexta-feira (31) para observar as quatro chuvas de meteoros que são, neste momento, atravessadas pelo planeta Terra foi premiado: 624 meteoros foram registrados pelo Observatório Espacial Heller & Jung, que tem câmeras localizadas em Porto Alegre e Taquara, na Região Metropolitana. 
Os fenômenos puderam ser vistos a olho nu e o ápice foi um meteoro fireball, mais raro. Com um tempo sem nuvens, é possível observar, entre a noite desta sexta e a madrugada de sábado (1º), novos fragmentos do espaço sideral. 
Um meteoro é um fragmento de cometa, asteroide ou da própria formação do sistema solar que se desloca pelo espaço sideral e que pode ser atraído pela gravidade da Terra. No geral, meteoros que queimam no céu têm menos de 1 cm, explica Carlos Fernando Jung, diretor científico da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon) e proprietário do Observatório Espacial Heller & Jung. 
Já um meteoro fireball é um tipo relativamente raro: é maior e mais brilhante. À 1h25min desta sexta-feira, o observatório registrou em Taquara a queima de um durante 0,6 segundo – o fireball entrou na atmosfera terrestre a uma altitude de 92 km e se extinguiu a 82km. 
As imagens mostradas nesta matéria, feitas pelo Observatório Espacial Heller & Jung, sobrepuseram vários meteoros fotografados entre 18h21min de quinta-feira (30) e 6h43min desta sexta. Não apareceram, portanto, ao mesmo tempo no céu. 
O que é uma chuva de meteoros
Uma chuva de meteoros ocorre quando o planeta Terra, em sua órbita de um ano ao redor do Sol, entra em uma zona onde voam conjuntamente vários meteoroides (meteoros que ainda não entraram na atmosfera terrestre), explica Jung. 
No período em que a planeta Terra se aproxima dessa "matilha" de fragmentos, a gravidade terrestre os atrai. Uma vez dentro de nossa atmosfera, esses detritos caem a uma velocidade muito alta, pegam fogo e brilham no céu. 
— Todo ano, em um período específico, um asteroide passa e deixa meteoroides. Quando a Terra passa pela órbita onde estão os detritos, é mais certo que ela os atraia, por sua gravidade. Depois, a Terra dará uma volta ao redor do Sol e, dali a um ano, encontrará de novo esses detritos. Cada chuva é um conjunto de meteoroides que andam em conjunto no sistema solar — explica Jung.
Ele afirma que, neste fim de semana, seguem as condições para visualizar mais meteoros. A dica é olhar para Oeste, à direita de onde o Sol está se pondo, ainda que o fenômeno possa ser observado em qualquer parte do céu. 
Entenda as nomenclaturas:
Meteoroide
Detrito que se desloca no espaço sideral e que pode ser atraído pela gravidade da Terra. Não entrou, ainda, na atmosfera terrestre.
Meteoro
Meteoroide (corpo, no geral, de até 1 cm de diâmetro) que entra na atmosfera da Terra a uma velocidade muito rápida, pega fogo e brilha no céu. 
Meteorito
Quando o meteoro atravessa a atmosfera terrestre e não se desintegra no céu, chega ao solo em forma de rocha e passa a ser chamado de meteorito. Há diversos tipos de meteoritos, a depender da composição. Podem ser sideritos, acondritos, condritos, entre outros – os mais desejados pelos "caçadores de meteoritos" são os sideritos, constituídos de ferro e podendo valer milhares de dólares.
Fonte: Gaúcha ZH
Mais notícias sobre GERAL