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05/08/2020 | 11:31 | Geral

''Não dá para continuar muito'', diz Bolsonaro sobre prorrogação do auxílio emergencial

Presidente afirmou também que "a economia tem que funcionar", mas que "alguns governadores teimam ainda em manter tudo fechado"

Presidente afirmou também que
Reprodução/Internet
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (5) que "não dá pra continuar muito" o pagamento do auxílio emergencial por causa do alto custo do benefício.
— Não dá para continuar muito porque, por mês, custa R$ 50 bilhões. A economia tem que funcionar. E alguns governadores teimam ainda em manter tudo fechado — disse Bolsonaro na área interna do Palácio da Alvorada, após um de seus apoiadores agradecer a ajuda de R$ 600 disponibilizada pelo governo em decorrência da pandemia de covid-19.
No domingo (2), Bolsonaro já havia criticado quem defende que o benefício seja perenizado.
— Alguns estão defendendo o auxílio indefinido. Esses mesmos que quebraram os Estados deles, esse mesmo governador que quebrou seu Estado, está defendendo agora o (auxílio) emergencial de forma permanente. Só que, por mês, são R$ 50 bilhões. Vão arrebentar com a economia do Brasil — disse o presidente.
Apesar do discurso público de Bolsonaro, nos bastidores, o Ministério da Economia avalia que o auxílio emergencial pode ser estendido até dezembro. Embora membros da pasta mencionem preocupação com o impacto fiscal da medida, há o entendimento que pressões políticas podem levar à prorrogação.
O auxílio emergencial já demanda R$ 254,2 bilhões e representa a medida mais cara do pacote anticrise. O programa foi criado para durar apenas três meses, com valores concedidos em abril, maio e junho. Depois, foi prorrogado por dois meses (até agosto).
Técnicos do Ministério da Economia dizem que o programa tem um custo mensal aproximado de R$ 50 bilhões. Por isso, a prorrogação com as mesmas regras até o fim do ano faria o custo total chegar a R$ 450 bilhões (quase cinco vezes o rombo de todo o governo em 2019, de R$ 95 bilhões).
O ministro Paulo Guedes (Economia) defende um valor de R$ 200. Ele entende que esse valor representa aproximadamente a média recebida no Bolsa Família, e que, portanto, o auxílio não poderia ser maior do que isso. No entanto, Guedes já defendia uma redução para R$ 200 em maio caso a medida fosse prorrogada, e o governo estendeu o auxílio por mais dois meses mantendo a quantia de R$ 600.
A prorrogação do benefício pelo valor de R$ 600 dispensa novo aval (e possível derrota) no Congresso. Isso porque a lei do auxílio permite a extensão por ato do Executivo, mas mantendo os valores previstos na proposta (de R$ 600 ao mês).
A equipe econômica sempre defendeu que a medida fosse temporária e não se prolongasse, mas a partir de maio amenizou o discurso e passou a admitir extensões (embora defendendo valores menores).
Fonte: Gaúcha ZH
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