O laudo pericial do Instituto Geral de Perícias (IGP) sobre o acidente do ônibus da Reunidas em Alfredo
Wagner, que matou nove pessoas há exatamente um mês, revelou que os freios estavam aptos para uso no momento do acidente. A polícia não poderia então
atribuir a uma falha mecânica a causa da queda do veículo no quilômetro 109 da rodovia BR-282. A descoberta derruba uma das linhas de investigação, que
agora deve focar a análise para descobrir se houve falha humana.
– Infelizmente, a pessoa que poderia mais acrescentar no relato do que aconteceu, o
motorista, faleceu no acidente – disse o delegado de Alfredo Wagner, Vanderlei Kanopf.
A análise do tacógrafo apontou que o veículo
trafegou em alguns momentos acima do limite de velocidade da rodovia. No trecho entre Lages e o ponto do acidente, houve momento em que o ônibus chegou a estar a 95 km/h como
velocidade máxima. A velocidade máxima permitida no local é 80 km/h.
Essa velocidade foi praticada em trechos anteriores ao do acidente,
às 3h17min da manhã de domingo, dia 11 de janeiro, em que o veículo chegou a 111 km/h, desacelerou para 82km/h com a derrapagem e atingiu o guard-rail da rodovia pouco
antes de cair da ribanceira.
O motorista Marcos Machado faleceu no local devido a traumatismo craniano. Há relatos de passageiros que descrevem que ele teria
gritado que estava passando mal e outro, contraditório, de que ele teria relatado estar sem freio. O laudo cadavérico do condutor, feito no IML de Lages, não apontou
problemas de saúde do motorista anterior ao acidente, como um infarto ou mal súbito, por exemplo. Diz apenas que ele faleceu devido às múltiplas fraturas
decorrentes do capotamento do ônibus.