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28/02/2015 | 05:52 | Praia Notícias | Geral

Tarifa de energia elétrica em SC ficará 34% mais cara para residências

Reajuste foi anunciado nesta sexta-feira pela Aneel e passa a valer a partir de segunda-feira

Reajuste foi anunciado nesta sexta-feira pela Aneel e passa a valer a partir de segunda-feira
A conta de luz das residências dos catarinenses ficará 34% mais cara a partir de segunda-feira. Essa é a alta aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão federal que controla as alterações tarifárias da distribuição de eletricidade. Nas indústrias catarinenses, a fatura será ainda maior: 43%.
A mudança se deve a uma revisão extraordinária aprovada ontem, com média de alta de 24,8% entre todos os consumidores de energia catarinenses (21,3% para residências e até 29,9% para indústrias). Soma-se a esse percentual uma elevação média de 13%, de acordo com a Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), com os novos valores das bandeiras tarifárias.
A alta de agora, no entanto, não impedirá a revisão anual das contas da Celesc, realizada tradicionalmente em agosto, que pode reajustar a tarifa novamente.
– Ainda falta para agosto a revisão dos custos da distribuidora, que precisa ser reajustado, e mais toda aquela energia que a gente já pagou (das termelétricas) e que estava brigando para vir nesse reajuste e não veio. Deve ter um outro reajuste. Mas deve ser menor do que agora – disse o presidente da Celesc, Cleverson Siewert.
Bandeiras tarifárias
A Aneel também aprovou nesta sexta-feira o sistema de bandeiras tarifárias que, a partir de março, elevará o custo de energia em R$ 5,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos em SC. Isso ocorre porque a região Sul está sob a bandeira de custo mais alto, a vermelha. Os valores entram em vigor a partir do dia 2 de março. Todas as regiões brasileiras estão hoje na bandeira vermelha. E a região Sul nunca registrou uma bandeira verde, a mais baixa, desde o início de testes do sistema.
Aumento na indústria e comércio será repassado para consumidor
O aumento no custo da energia tem impactos não só nas contas de luz. É o chamado efeito indireto nos preços. Os reajustes afetam também lojas, fábricas e todos os outros tipos de negócio. E a solução deles aparentemente vai ser uma: repassar o custo no preço dos produtos.
– Cada um vai ter que acrescer na sua tabela de custo e terá que repassar. Não tem outro jeito. Não tem milagre – disse o presidente da Fecomércio-SC, Bruno Breithaupt.
Ele afirma que é muito difícil cortar esse tipo de custo no comércio. Durante o verão, por exemplo, os estabelecimentos não podem desligar o ar-condicionado, o que prejudicaria o conforto dos clientes. Ao mesmo tempo, não podem deixar de iluminar sua loja ou restaurante. Uma das poucas possibilidades de economia é trocar equipamentos mais antigos, e que consomem mais eletricidade, por outros novos e econômicos. O complicador é que a troca seria um gasto a mais para aquela tabela de custo no começo.
– Não existem espaços para compensar isso com economia. Existe apenas a possibilidade de modernização – diz o presidente da Câmara de Energia da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Otmar Müller.
Financiamento é uma solução
O representante industrial diz que a solução para o setor não terá como ser outra, diferente daquela do comércio: os custos serão repassados para os clientes. O impacto deve levar de um a dois meses para chegar aos consumidores, com a reposição de estoques, além de variar dependendo do tipo de indústria e de quanto a energia pesa na folha de custo.
Na indústria cerâmica, por exemplo, o gasto com eletricidade representa cerca de 7% do produto, mas há algumas em que chega a ser 20% do custo de fabricação do produto.
Uma solução a curto prazo, sugerida por Müller, seria a criação de linhas de financiamento no BNDES que permitissem a troca de motores e outros equipamentos mais antigos por outros modernos. Os empréstimos, que deveriam ter carência, diluiriam os efeitos da alta para indústrias, ao mesmo tempo em que ajudariam a evitar um eventual racionamento de energia elétrica.
Fonte: Diário Catarinense
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