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16/05/2014 | 20:20 | Polícia

Após 5ª operação, MP denuncia 14 pessoas por fraude no leite no RS

Quinta fase da Operação Leite Compensado foi realizada no início de maio, no Vale do Taquari (Foto: Felipe Truda/G1)
O Ministério Público denunciou nesta sexta-feira (16) 14 pessoas investigadas na quinta fase da Operação Leite Compensado, no Rio Grande do Sul. Três dos denunciados já estão presos preventivamente. São eles: o dono da Pavlat, Erico Vanor Klein, o proprietário da Hollman, Sergio Alberto Seewald, e o funcionário da indústria Jonatas William Kronbauer. Outras 11 pessoas que faziam o transporte do leite adulterado também foram incluídas na denúncia.
De acordo com o promotor Mauro Rockenbach, os suspeitos vão responder por diversos delitos - 69 no total - enquadrados no Artigo 272 do Código Penal, que trata da adulteração de produtos alimentícios (corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo). As penas previstas vão de quatro a oito anos de prisão e multa. A denúncia, com 140 páginas, foi protocolada no Fórum de Teutônia.
Cada denunciado responderá pela quantidade de vezes que foi flagrado transportando leite fraudado ou adulterando o produto. Confira abaixo a relação completa dos 14 nomes indicados pelo MP e a proporção de suas respectivas denúncias.
- Ércio Vanor Klein (proprietário da Pavlat) – responderá pelo crime 24 vezes;
- Sergio Alberto Seewald (proprietário da Hollman) – responderá pelo crime 45 vezes;
- Jonatas William Kronbauer (funcionário Hollman) – responderá pelo crime 45 vezes;
- Décio Bruxel (transportador) – responderá pelo crime três vezes;
- Carlos Eduardo Delavy (transportador) - responderá pelo crime duas vezes;
- Fábio Gustavo Lohmann (transportador) - responderá pelo crime dez vezes;
- Claudio José Richter (transportador) - responderá pelo crime quatro vezes;
- José Rodrigo Scherer (transportador) - responderá pelo crime duas vezes;
- Dirceu Lutterbeck (transportador) - responderá pelo crime duas vezes;
- José Omar Pedersini (transportador) - responderá pelo crime duas vezes;
- Olécio Jose Muller (transportador) - responderá pelo crime quatro vezes;
- Maicon De Conto (transportador) - responderá pelo crime uma vez;
- Luciano André Petry (transportador) - responderá pelo crime 14 vezes;
- Aldacir José Barro (transportador) - responderá pelo crime uma vez;
 
Entenda
A Operação Leite Compensado, do Ministério Público, teve sua primeira fase desencadeada em 8 de maio do ano passado. As investigações apontaram para um esquema que adulterou cerca de 100 milhões de litros do produto no estado. Na ocasião, o MP revelou que transportadores estavam adicionando água e ureia (que contém formol) ao leite crú para aumentar o volume e disfarçar a perda nutricional no caminho entre a propriedade rural e a indústria. O esquema era realizado em postos de resfriamento.
Na primeira fase, foram identificadas fraudes nos municípios de Guaporé, Horizontina e Ibirubá. Quinze pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público e oito foram presas. Destas, quatro estão em liberdade. Seis pessoas foram condenadas pela Comarca de Ibirubá. A sentença foi proferida pelo juiz Ralph Moraes Langanke em dezembro de 2013.
Os condenados são: Paulo César Chiesa (dois anos e um mês de reclusão em regime semiaberto), João Irio Marx (nove anos e sete meses de reclusão em regime fechado), Angélica Caponi Marx (nove anos e sete meses de reclusão em regime fechado), Alexandre Caponi (nove anos, três meses e 12 dias de reclusão em regime fechado), João Cristiano Pranke Marx (18 anos e seis meses de reclusão em regime fechado) e Daniel Riet Villanova (onze anos e sete meses de reclusão em regime fechado).
A segunda fase da Operação Leite Compensado foi deflagrada em 22 de maio do ano passado nos municípios de Ronda Alta e Boa Vista do Buricá. Quatro pessoas foram presas e seis foram denunciadas pelo MP. Dessas, três estão em liberdade. O processo ainda está em andamento e ninguém foi condenado. Já a terceira etapa foi realizada em 7 de novembro de 2013 no município de Três de Maio. Quatro pessoas foram denunciadas. Ninguém foi preso.
A quarta fase foi desencadeada 14 de março deste ano nas cidades de Condor, Panambi, Tupanciretã, Bossoroca, Capão do Cipó, Vitória das Missões, Ijuí e Santo Augusto. Até agora, uma pessoa foi denunciada. O processo ainda está em andamento.
Para marcar um ano da primeira fase da operação, o MP deflagrou em 8 de maio deste ano a quinta fase da Operação Leite Compensado. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e três de prisão em dez cidades do Vale do Taquari e Vale do Sinos. Pelas investigações, os três presos – Ércio Vanor Klein, Sérgio Seewald e Jonatas William Krombauer – davam ordens para que subordinados corrigissem, com adição de diversos produtos (citrato, soda cáustica, bicarbonato de sódio, água oxigenada, entre outros), a acidez do leite cru que estava se deteriorando.
Fonte: G1
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