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20/11/2020 | 20:07 | Saúde

Mapa preliminar tem Porto Alegre e mais 12 regiões em bandeira vermelha, com alto risco para covid-19

Além da Região Metropolitana, aparecem com esta cor as regiões de Caxias do Sul, Uruguaiana, Erechim, Palmeira das Missões, Porto Alegre, Passo Fundo, Guaíba, Santa Maria e Lajeado

Além da Região Metropolitana, aparecem com esta cor as regiões de Caxias do Sul, Uruguaiana, Erechim, Palmeira das Missões, Porto Alegre, Passo Fundo, Guaíba, Santa Maria e Lajeado
Governo do Estado / Divulgação

O mapa preliminar do distanciamento controlado do Rio Grande do Sul traz 13 regiões em bandeira vermelha, de risco epidemiológico alto para o contágio por coronavírus, de acordo com o anúncio do governo nesta sexta-feira (20). De acordo com o Executivo, desde a última rodada do mapa, o Estado vem percebendo aumento nas hospitalizações por covid-19 e nas internações em leitos de UTI, o que "justifica o retorno de um grande número de regiões em vermelho". As outras oito regiões covid foram classificadas em bandeira laranja, de risco médio.

Após a análise de recursos, o governo irá divulgar o mapa definitivo na próxima segunda-feira (23), que valerá entre terça-feira (24) até segunda-feira (30).

As regiões covid de Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Canoas e Ijuí já haviam sido classificadas como risco alto na rodada vigente e, neste mapa preliminar, seguem em vermelho. Se juntam a elas as regiões de Caxias do Sul, Uruguaiana, Erechim, Palmeira das Missões, Porto Alegre, Passo Fundo, Guaíba, Santa Maria e Lajeado.

As oito regiões covid em bandeira laranja são Santo Ângelo, Santa Rosa, Cruz Alta, Bagé, Taquara, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul e Pelotas.

Locais somam 78% da população do RS

Conforme o mapa preliminar, 377 municípios gaúchos (do total de 497) estão classificados em bandeira vermelha, somando 8.821.066 habitantes, o que corresponde a 78% da população gaúcha (total de 11,3 milhões de habitantes). Desses, 175 municípios (780.575 habitantes, 9% da população gaúcha) podem adotar protocolos de bandeira laranja, porque cumprem os critérios da regra 0-0, ou seja, não têm registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias, desde que a prefeitura crie um regulamento local.

Além disso, do total de 120 municípios em bandeira laranja (2.508.539 habitantes, 22% da população do RS), 55 (370.351 habitantes, 15% da população gaúcha) podem adotar protocolos de bandeira amarela.

"Momento é de alerta", diz governo

Conforme o governo do Estado, o momento é de "alerta": o Rio Grande do Sul "observou aumento em todos os indicadores monitorados pela equipe do distanciamento controlado", afirma o Executivo.

"Houve elevação de 65% (de 171 para 282 casos) no número de óbitos e de 27% (de 923 para 1.171 casos) nas hospitalizações confirmadas por covid-19. Por isso, o governo do Estado reforça a necessidade de a população seguir os protocolos e as regras sanitárias estabelecidas pelo modelo", diz material divulgado.

Um exemplo da piora nos números são as regiões de Porto Alegre e Guaíba, que estavam em bandeira laranja na rodada atual e retornam, pelo menos no mapa preliminar, à classificação de alto risco "devido ao agravamento de importantes indicadores do distanciamento controlado". Porto Alegre registrou, na última semana, um salto em termos de ocupação de leitos de UTI tanto para casos de covid-19 (de 276 para 284), como por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), de 295 para 312.

Com isso, houve um recuo na oferta de leitos livres para tratamento intensivo na região, que agora está com 216 unidades – na semana anterior, eram 239. Porto Alegre contabilizou avanço também no acumulado de sete dias em termos de internações em leitos clínicos: foram 269 ante 231 na semana passada.

18 regiões em cogestão

Das 21 regiões covid no Estado, apenas Uruguaiana, Bagé e Guaíba não aderiram ao sistema de cogestão do distanciamento controlado. As outras 18 adotam protocolos alternativos às bandeiras definidas pelo governo – Santa Maria, Capão da Canoa, Taquara, Novo Hamburgo, Canoas, Porto Alegre, Santo Ângelo, Cruz Alta, Ijuí, Santa Rosa, Palmeira das Missões, Erechim, Passo Fundo, Pelotas, Caxias do Sul, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul e Lajeado.

As regiões em cogestão classificadas em bandeira vermelha podem adotar regras de bandeira laranja, e as classificadas em laranja podem adotar protocolos de bandeira amarela, basta que enviem protocolos próprios adaptados para aprovação da Secretaria de Articulação e Apoio aos Municípios (Saam).

Críticas de Porto Alegre

O Comitê de Dados também reagiu às críticas feitas pela Secretaria de Saúde de Porto Alegre. Confira nota divulgada:

Em relação às críticas expostas pela Secretaria de Saúde de Porto Alegre, o Comitê de Dados do Governo do Estado do RS esclarece:

1) O Comitê está permanentemente disponível para receber sugestões que visem à melhoria técnica do modelo. Desde o começo da pandemia, ao município de Porto Alegre foi oferecida participação permanente no Comitê.

2) O município de Porto Alegre tem excelente capacidade técnica e excelentes gestores. Porém, o Comitê de Dados discorda de sua posição quanto a se analisar os dados de Porto Alegre isoladamente, sem levar-se em consideração a evolução da pandemia na região de saúde, na macrorregião e no estado como um todo. O Sistema de Saúde e o Distanciamento Controlado baseiam-se na solidariedade entre regiões. Um agravamento da pandemia na Região Metropolitana de Porto Alegre pode impactar em um aumento do risco na capital, e vice-versa. O mesmo vale para o restante do Estado. Embora a região de saúde COVID19 observe a rede de leitos de UTI naquela região e os pacientes dos seus municípios, há que se considerar a interdependência entre regiões – é bastante comum que os moradores da região desenvolvam suas atividades econômicas, trabalho, escola e relações sociais nos municípios vizinhos. Os leitos de UTI não estão habilitados para atendimento da população exclusiva de um município. Por tratar-se de um atendimento de alta complexidade, ele está disponível para qualquer paciente que apresente quadro clínico crítico grave, de acordo com acordo com critérios técnicos definidos pelo departamento de regulação estadual e pela central de regulação municipal, ainda que de fora da região de saúde;

3) Os Indicadores que formam o modelo foram amplamente debatidos por técnicos e especialistas, de dentro e de fora do governo, e contou com a colaboração de excelentes profissionais, muitos dos quais professores das melhores universidades do Rio Grande do Sul, das áreas de Medicina, Matemática, Estatística e Economia. Para determiná-los, exigiu-se que seus valores fossem confiáveis para todas as regiões do estado. Também foram utilizadas simulações com modelo epidemiológico, permitindo-se determinar indicadores e pontos de corte de tal modo que as bandeiras fossem acionadas com antecedência desejável;

4) No que tange ao número de óbitos por COVID19, destaca-se que essa é a medida mais utilizada no mundo para comparar países e regiões, exatamente pela melhor confiabilidade da informação. No entanto, óbitos refletem uma tendência defasada. É possível que a região já tenha passado pelo pico de transmissão da pandemia, mas o número de óbitos continue subindo, pois ele é o último indicador a sofrer as alterações da taxa de transmissão no lapso temporal. Assim, adotou-se a projeção de óbitos (nota técnica disponível na página do distanciamento controlado), o que permite se antecipar o número de óbitos de semanas seguintes. Em momentos de tendência clara de aumento ou de redução da taxa de transmissão, a projeção de óbitos tende a prever de forma satisfatória a variação dos óbitos. Em momentos de estabilidade da pandemia, a projeção de óbitos tende a ser muito parecida com o número de óbitos ocorridos na semana vigente, o que é desejável;

5) Quanto à utilização de leitos por pacientes não Covid, a última alteração do modelo foi elaborada exatamente para permitir que as regiões, ao observarem uma melhora em seus indicadores e optassem por ocupar leitos com pacientes não Covid, não fossem falsamente apontadas com um escurecimento da bandeira (10% de variação);

6) O modelo do distanciamento controlado já tornou-se menos impositivo, ao ser implementada a possibilidade de recurso no gabinete de crise e quando foi permitida a possibilidade de cogestão aos municípios, o que aumenta a participação e corresponsabilidade dos gestores locais;

7) A estratégia do Distanciamento Controlado leva em consideração indicativos técnicos de uma equipe multidisciplinar altamente qualificada, e mensura os riscos da pandemia no Estado e os impactos que restrições econômicas de longo prazo podem gerar à população;

8) As revisões efetuadas no Modelo de Distanciamento Controlado desde o início de sua adoção, em oposição ao que fez parecer o posicionamento da prefeitura de Porto Alegre, demonstram a capacidade de adaptação e de permanente reflexão crítica do extenso grupo de profissionais envolvidos em estruturar um modelo inovador, em um momento de grande incerteza, e que serviu como base para o enfrentamento da pandemia em diversos outros estados e municípios do país;

9) Deve ser ressaltado que a forma como o Estado vem enfrentando a Pandemia permite que, segundo o Conass, para o período de 15 de março a 03 de outubro, o Rio Grande do Sul apresente o MENOR aumento proporcional de óbitos do país por causas não violentas quando comparado aos anos anteriores (3%). No Brasil, em comparação, houve um aumento de 34% para o período. Também apresenta uma das menores taxas de mortalidade por 100 mil habitantes, especialmente na população acima de 60 anos;

10) A pandemia continua presente e, inclusive, apresentou piora no estado na última semana. O compromisso do Estado é manter sua postura diligente em alertar a sociedade sobre os níveis de risco, manter as informações disponíveis, de forma transparente, acessível, auditável, e manter o diálogo para que, todos juntos, possamos mitigar os impactos de um evento dessa magnitude, que tantos desafios traz à vida comunitária, na saúde, na economia, na educação, no bem estar geral.  E, acima de tudo, tomar as medidas com anterioridade necessária para proteger a população do Rio Grande do Sul.  O foco sempre será salvar vidas.

Fonte: GZH
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