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15/12/2020 | 03:10 | Saúde

Mais da metade dos hospitais de Porto Alegre está com uso de UTIs à beira do limite

Quase 50% do leitos são ocupados por pacientes com casos graves de coronavírus

Quase 50% do leitos são ocupados por pacientes com casos graves de coronavírus
Reprodução/Internet

Onze dos 18 hospitais de Porto Alegre estão com a ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) igual ou acima de 90% nesta segunda-feira (14), mostram dados do painel da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) abastecidos pelas próprias instituições. Nos últimos dias, o cenário era enfrentado por, no máximo, nove hospitais. 

 

Das 801 vagas de UTI disponíveis na capital gaúcha, 714 estavam em uso – quase metade por pacientes com casos graves de coronavírus. 

 

Quatro hospitais estão lotados: Moinhos de Vento, Cristo Redentor, Fêmina e Restinga. No cenário geral de Porto Alegre, 92,6% das UTIs recebem casos graves de todas as doenças.


Por outro lado, o ritmo de crescimento nas internações por covid-19 perdeu um pouco de força, como mostra o gráfico a seguir. O resultado é que a média móvel de uso das UTIs em sete dias passou de 292,6 no domingo (13) para 292,3 nesta segunda-feira. 


A ocupação desta segunda-feira, de 294 pessoas internadas em estado grave por coronavírus, é 0,4% menor do que na segunda-feira anterior – nos últimos dias, com a exceção de domingo, havia sempre uma crescimento. 

 

Ainda assim, projeção oficial da prefeitura de Porto Alegre aponta que, caso a lotação das UTIs siga o ritmo atual, a cidade esgotará todos os leitos na primeira semana de janeiro. 


O gráfico também mostra como o número de internados por coronavírus, neste momento, é menor do que no auge da pandemia. Entretanto, médicos ressalvam que, durante o inverno, hospitais cancelaram cirurgias opcionais para assegurar leitos de UTI a pacientes com coronavírus. Hoje, isso não é mais possível porque esses atendimentos represados precisam ser feitos – são cirurgias do coração e de câncer que não podem mais ser adiadas.

 

A médica intensivista Thais Butelli, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), classifica o cenário como "muito crítico".

 

— Estivemos na última semana com lotação muito ruim tanto para pacientes com covid quanto sem covid. Na semana passada, abrimos oito leitos críticos para covid e, em oito horas, estavam ocupados. Hoje, abrimos 12 leitos intensivos, 10 já estão ocupados e outros dois vão ser ocupados nas próximas horas. Chegamos hoje ao limite de expansão — afirma. 

 

Nesta segunda-feira, o Palácio Piratini confirmou as primeiras bandeiras pretas do Rio Grande do Sul no modelo de distanciamento controlado: Bagé e de Pelotas.

Fonte: GZH
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