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21/12/2020 | 05:20 | Saúde

Mutação do coronavírus leva 11 países a proibirem voos do Reino Unido

Segundo governo britânico, nova variante pode ser até 70% mais transmissível que as outras

Segundo governo britânico, nova variante pode ser até 70% mais transmissível que as outras
Reprodução/Internet

A nova variante do coronavírus, que pode ser até 70% mais transmissível que as outras, identificada na Inglaterra e divulgada no sábado (19), deixa em alerta epidemiologistas e já causa alterações nos protocolos contra a covid-19 em diferentes países. O governo britânico anunciou novo lockdown em Londres e no sudeste do país, atingindo mais de 20 milhões de pessoas, enquanto Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, El Salvador, França, Holanda, Irlanda, Turquia, Itália e Israel decidiram suspender a entrada de pessoas vindas do Reino Unido.

 

O secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, afirmou que a nova variante está "fora de controle". De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cepa identificada pelo governo britânico também foi detectada na Dinamarca, na Holanda e na Austrália. A entidade recomendou aos seus membros aumentar suas capacidades de sequenciamento do vírus.


Neste domingo (20), a Holanda suspendeu os voos de passageiros procedentes do Reino Unido. A medida será mantida até 1º de janeiro. Na Bélgica, voos e trens procedentes do Reino Unido também serão suspensos. A Itália anunciou que também suspenderá suas conexões aéreas britânicas. O governo alemão limitará, a partir de segunda-feira (21), as entradas de passageiros vindos do Reino Unido e da África do Sul, onde também haveria registro desta mutação, por via marítima, ferroviária ou rodoviária. A França determinou um bloqueio de 48 horas a partir da meia-noite deste domingo. A Áustria também indicou que proibirá voos de origem britânica, mas não especificou a partir de quando a medida começa a valer. Israel, além de suspender o transporte aéreo vindo do Reino Unido, proibiu também voos da Dinamarca e da África do Sul.


Na Bulgária, a suspensão dos voos vale até 31 de janeiro, informou o governo neste domingo (20). Primeiro país das Américas a adotar as medidas, El Salvador teve a proibição anunciada também no domingo pelo presidente, Nayib Bukele. "A partir de agora, qualquer pessoa cujo itinerário de voo inclua o Reino Unido ou a África do Sul ou que tenha estado em qualquer um desses dois países nos últimos 30 dias está proibida de entrar em nosso país ", escreveu Bukele em sua conta no Twitter.

 

Ainda no domingo (20), o presidente francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, se reuniram para discutir possíveis medidas a serem adotadas pela União Europeia com relação à nova variante do coronavírus.

 

No anúncio feito no sábado, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, ressaltou que a nova cepa pode ser "até 70% mais contagiosa". Conforme o principal assessor científico do governo britânico, Patrick Vallance, a variante do SARS-CoV-2 descoberta neste mês se propaga rapidamente e está se transformando na forma dominante, ocasionando um um aumento intenso nas hospitalizações em dezembro. Vallance ressaltou que a nova cepa teria aparecido em meados de setembro em Londres ou em Kent (sudeste do país). Ele declarou também que as vacinas contra a covid-19 parecem ser adequadas para gerar uma resposta imunológica à nova variante.

 

Em comunicado, o médico-chefe da Inglaterra, Chris Whitty, destacou que apesar do aumento no número de casos em dezembro, nada indica, até o momento, que a nova cepa cause uma taxa de mortalidade mais alta ou que afete as vacinas e os tratamentos. Segundo Whitty, já há trabalhos sendo realizados com urgência para confirmar estas constatações.

 

O lockdown e as demais regras estabelecidas na Inglaterra terão duração de duas semanas e serão revistas em 30 de dezembro.

 

Especialistas ouvidos por GZH no sábado (19) declararam que a mutação do coronavírus deve ser monitorada por cientistas, mas não é, até o momento, motivo para pânico. Eles alertam que a descoberta reforça ainda mais a necessidade de a população manter os cuidados com higiene e distanciamento social.

Fonte: GZH
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