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26/03/2021 | 18:20 | Saúde

RS fica com todas as regiões em bandeira preta pela quinta semana consecutiva

Embora número de internados em leitos clínicos tenha apresentado redução, óbitos tiveram aumento

Embora número de internados em leitos clínicos tenha apresentado redução, óbitos tiveram aumento

O mapa da 47ª rodada do Distanciamento Controlado, divulgado nesta sexta-feira (26/3), traz todas as 21 regiões Covid em risco máximo, com altíssima taxa de ocupação hospitalar e velocidade de propagação do coronavírus. Isso significa que, pela quinta semana seguida, todo o Rio Grande do Sul ficará em bandeira preta.

 

Esse já é o mapa definitivo, sem possibilidade de envio de pedidos de reconsideração, devido à gravidade do cenário. Também segue suspensa a Regra 0-0, a partir da qual municípios sem registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias poderiam adotar protocolos de bandeira vermelha. A cogestão regional, por sua vez, está permitida.

 

A análise dos dados dos 11 indicadores do modelo de Distanciamento Controlado desta semana mostra relativa estabilidade no total de internados em UTI (-1,8%) e redução nos casos confirmados com Covid-19 em leitos clínicos (-11,5%). O número de óbitos, porém, ainda foi crescente (+4%), atingindo um total de 1.824 nos últimos sete dias.

 

Considerando o aumento de 2,5% no número total de leitos de UTI existentes e a diminuição de 1,7% no número de internados, houve redução da razão de leitos de UTI livres para cada ocupado. Essa redução não é suficiente para que a situação do RS seja considerada estável.

 

A pressão sobre o sistema hospitalar permanece, causando ocupação de espaços inclusive fora dos leitos regulares e resultando em operação acima da capacidade indicada em algumas regiões.

 

Implementada na 43ª rodada, a salvaguarda estadual, quando acionada, determina que todas as 21 regiões fiquem em bandeira preta. A ferramenta leva em consideração a razão de leitos livres de UTI sobre leitos ocupados por Covid em UTI. Quando a razão estiver menor ou igual a 0,35 a nível estadual, a salvaguarda será acionada, e se sobrepõe a todas as outras regras.

 

O ajuste no modelo foi considerado necessário porque, quando a capacidade hospitalar está próxima do limite, alguns dados podem sofrer atrasos de preenchimento devido à sobrecarga das equipes e, além disso, os indicadores de “velocidade do avanço” e de “variação da capacidade de atendimento” se tornam prejudicados – uma vez que, mesmo havendo demanda por leitos, podem não ser preenchidos devido à lotação das áreas Covid dos hospitais. Esse aprimoramento visa melhor refletir e evitar o esgotamento de leitos.

 

Nesta 47ª rodada, as regiões com menor média ponderada final foram Santo Ângelo (2,08), Ijuí (2,08), Santa Rosa (2,05) e Pelotas (2,01). Guaíba e Cachoeira do Sul atingiram as maiores médias ponderadas finais da rodada, com 2,56 e 2,55, respectivamente. Por este motivo, a salvaguarda se torna necessária, para que as regiões estejam em níveis de risco mais adequados à realidade estadual.

 

Pelas salvaguardas regionais, 19 regiões estariam em bandeira preta, com exceção apenas de Pelotas e Bagé ficariam em bandeira vermelha. A salvaguarda regional, implementada na 35ª rodada, é acionada quando a região tem elevada quantidade de novas hospitalizações e de pacientes confirmados com Covid-19 e, ao mesmo tempo, está inserida em uma macrorregião com baixa capacidade hospitalar.

 

Sem as salvaguardas adotadas pelo governo do Estado, o RS teria apenas duas regiões em bandeira preta – Guaíba e Cachoeira do Sul –, que atingiram as médias ponderadas finais mais altas da rodada. As demais regiões estariam em bandeira vermelha.

 

Cogestão regional

 

A retomada da possibilidade de cogestão regional se deu na segunda-feira (22/3), a partir de anúncio feito pelo governador Eduardo Leite na sexta-feira (19/3). O sistema permite a adoção de protocolos distintos daqueles de bandeira preta, mas tão ou mais rígidos do que os da bandeira imediatamente anterior (neste caso, a bandeira vermelha).

 

Na esteira da retomada da cogestão, o governo do Estado também prorrogou a suspensão de atividades não essenciais das 20h às 5h até 4 de abril aos fins de semana e feriados.

 

Além disso, aos fins de semana e feriados, fica determinada a restrição de atividades presenciais durante todo o dia. As exceções são os serviços essenciais, como farmácias, supermercados e comércio de materiais de construção e demais exceções que já constam no atual decreto de suspensão geral de atividades (Decreto 55.789).


DESTAQUES DA 47ª RODADA

 

• número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com Covid-19 reduziu 11% entre as duas últimas semanas (de 3.157 para 2.796);


• número de internados em UTI por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) reduziu 2% no Estado entre as duas últimas quintas-feiras (de 2.782 para 2.735);


• número de internados em leitos clínicos com Covid-19 no RS reduziu 11% entre as duas últimas quintas-feiras (de 5.315 para 4.706);


• número de internados em leitos de UTI com Covid-19 no RS reduziu 2% entre as duas últimas quintas-feiras (de 2.633 para 2.585);


• número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid-19 no RS é zero. No agregado do Estado o déficit de leitos reduziu de 299 para 160 entre as duas últimas quintas-feiras;


• número de casos ativos reduziu 11% no período (de 101.649 para 90.676);


• número de registros de óbito por Covid-19 aumentou 4% entre as duas últimas quintas-feiras (de 1.754 para 1.824).

 

Comparativo: situação entre 26/2/2021 e 25/3/2021

 

• número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com Covid-19 aumentou 8% entre as duas últimas semanas (de 2.589 para 2.796);


• número de internados em UTI por SRAG aumentou 79% no Estado no período (de 1.527 para 2.735);


• número de internados em leitos clínicos com Covid-19 no RS aumentou 76% no período (de 2.667 para 4.706);


• número de internados em leitos de UTI com Covid-19 no RS aumentou 92% no período (de 1.343 para 2.585);


• número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid-19 no RS reduziu 136% no período (de 229 para um déficit agregado no Estado de 160 leitos de UTI);


• número de óbitos por Covid-19 acumulados em sete dias aumentou 237% no período (de 541 para 1.824).

Fonte: Governo do Estado do Rio Grande do Sul
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