A Justiça de Santa Catarina
concedeu liberdade ao empresário gaúcho Eliseu Kopp e a outros seis suspeitos de participar da fraude em licitações do governo de Florianópolis. Eles
foram presos preventivamente após a Polícia Federal ter deflagrado a Operação Ave de Rapina, há um mês.
A decisão saiu
no início da noite desta quinta-feira, fora do horário de expediente da Justiça. Com isso, a defesa do vereador de Florianópolis Marcos Aurélio
Espíndola, o Badeko, e dos outros cinco que estavam detidos em Santa Catarina conseguiram soltar os clientes, mas Kopp permanecia detido no Presídio Regional de Santa Cruz do
Sul até as 4h45min. A expectativa é que ele deixe o local na manhã desta sexta.
O advogado do empresário, Ezequiel Vetoretti, o mesmo que atua
na defesa de Leandro Boldrini, suspeito de matar o filho Bernardo, confirma a informação, mas diz que só vai se manifestaer sobre o caso quando foi a julgamento.
O Ministério Público ainda tinha sugerido a libertação de mais quatro envolvidos na operação, que não conseguiram o
alvará de soltura na quinta-feira.
A Kopp Tecnologia, com sede em Vera Cruz e que fabrica controladores de velocidade, é uma das principais investigadas
em um esquema que teria fraudado contratos e licitações da prefeitura de Florianópolis, com um prejuízo calculado em torno de R$ 30 milhões. A
Operação Ave de Rapina cumpriu 38 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão no dia 12 de novembro.
Em 2011, uma apuração
de indícios de direcionamento de editais envolvendo oito empresas também incluía a Kopp. Dois anos depois, baseado em ação civil pública de 2001,
Eliseu e políticos ligados à prefeitura de Sapucaia do Sul foram condenados por improbidade administrativa por direcionamento de licitação.
Entenda a Ave de Rapina
Deflagrada em 12 de novembro, a Operação Ave de Rapina da Polícia Federal (PF) desmantelou um esquema de
corrupção envolvendo vereadores de Florianópolis, empresários e servidores públicos da Capital que teriam desviado pelo menos R$ 30 milhões.
Segundo o delegado federal Alan Dias, o esquema se desdobrava em três eixos, mas era encabeçado por uma mesma organização composta por
parlamentares da Câmara Municipal, entre eles Badeko, além de servidores do Legislativo e da prefeitura por meio do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis
(IPUF) e da Fundação Franklins Caescaes. Eles articulavam fraudes em licitações e alterações ilegais em projeto de lei para favorecer
empresários.