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18/02/2015 | 19:50 | Saúde

Atraso no repasse de verbas causa problemas a hospitais do RS

No Noroeste, funcionários e gestores de hospitais estão preocupados

No Noroeste, funcionários e gestores de 

hospitais estão preocupados
Foto: Reprodução RBS TV
A falta de verbas tem preocupado hospitais e secretarias municipais de saúde da Região Noroeste do Rio Grande do Sul. O atraso em valores que viriam do governo do estado gera insegurança entre funcionários e causa até falta de estoque em farmácias, como mostra a reportagem do Bom Dia Rio Grande, da RBS TV (veja o vídeo).
O Hospital de Caridade de Três Passos é referência para 21 municípios na área de traumatologia. Com cerca de R$ 1,4 milhão a receber referente aos meses de outubro e novembro, o atraso no pagamento de trabalhadores não foi evitado.
"Por exemplo, os médicos. Nós estamos em atraso com eles em uma parcela do mês de novembro e mais todo valor do mês de dezembro. Tem funcionários que também tivemos que fazer um parcelamento. É a primeira vez que temos que fazer um parcelamento na folha de pagamento deles”, afirma o presidente do hospital, Ademir Gilberto Dreier.
O sentimento é de insegurança em relação aos próximos meses.
"Todo mundo fica preocupado, porque funcionários sustentam famílias, né. E a gente tem muitas vezes dois funcionários da mesma família que trabalham aqui no hospital, então a renda é exclusiva daqui", lamenta a coordenadora de enfermagem da instituição, Thanyze Carvalho de Oliveira.
No Hospital Bom Pastor, de Santo Augusto, o valor a ser recebido chega a R$ 490 mil. Os gestores alegam que precisaram avalizar empréstimos para pagar as despesas.
"Eu e minha esposa, o tesoureiro, sua esposa e a diretora que avalizamos o contrato de R$ 200 mil para pagar nossos funcionários”, aponta o presidente da Associação Hospitalar Bom Pastor, Osvaldo Baraldi.
Os municípios também tentam se adequar à falta de recursos. Na prefeitura de Santo Ângelo, nas Missões, cortes precisaram ser feitos. Na Secretaria Municipal de Saúde, os atrasos chegam a R$ 1,3 milhão.
"Estamos em atraso com fornecedores em dois meses, mais ou menos. Em função até desses atrasos das outras esferas do governo, devemos para os laboratórios. A gente também deve alguma coisa para Unimed. Tem alguns recursos que nós não estamos em dia com o Hospital Santo Ângelo e com os profissionais liberais da área de saúde especializada", explica o secretário da fazenda Eliseu Morin.
As medidas adotadas pelos gestores públicos buscam evitar a suspensão de serviços essenciais. Mesmo assim, alguns setores enfrentam problemas. Em farmácias básicas, algumas prateleiras estão quase vazias por causa do atraso nos repasses. O município precisa desembolsar oito vezes mais recursos para que os principais remédios não faltem à população.
Os principais afetados são os moradores. Na fila, o pedreiro Oraci Teixeira afirma que terá de esperar 30 dias por um raio-x da coluna.
"Nós, o povo, a população pobre, não tem para quem recorrer mais, onde falar. Vai falar para quem? Chega aqui, chega em um posto, vai lá, eles mandam para cá. Ninguém faz nada, não tem para quem recorrer", lamenta.
A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) estima que os repasses atrasados cheguem a R$ 208 milhões em todo o estado.
A secretaria estadual da saúde informou que não há previsão para pagamentos referentes a atrasos do ano passado. Os repasses só serão feitos se houver disponibilidade financeira, já que o reservado para 2015 é suficiente apenas para os gastos de janeiro em diante.
Fonte: G1
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