O advogado de Passo Fundo acusado de aplicar um golpe milionário em clientes segue foragido nos Estados Unidos
neste sábado (22). Procurado pela Interpol e suspeito de montar um esquema que pode ter lesado mais de 30 mil clientes em R$ 100 milhões, o advogado Maurício Dal Agnol
teve o registro profissional suspenso na sexta-feira (21) pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Ao cumprir mandados de busca da Operação Carmelina na
cidade do Norte do Rio Grande do Sul na sexta, a Polícia Federal encontrou um total de R$ 1,5 milhão em um dos endereços do homem. Além da quantia, animais
selvagens empalhados e munição foram achados em um fundo falso de uma parede. A PF apreendeu também um avião avaliado em cerca de US$ 8,5 milhões e
bloqueou dinheiro em contas bancárias e imóveis. O mandado de prisão preventiva foi concedido, mas ele não foi encontrado porque está nos Estados Unidos,
segundo a polícia.
Grupo não repassava valor de ações a clientes
A Operação Carmelina
foi desencadeada na manhã desta sexta-feira em Passo Fundox, no Norte, e em Bento Gonçalvesx, na Serra, a partir de uma investigação que comprovou o desvio de
pelo menos R$ 1,6 milhão de 27 pessoas. Os valores da fraude, de acordo com a PF, podem ultrapassar os R$ 100 milhões, e o número de pessoas lesadas pode ser de
até 30 mil.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia e de contabilidade e em uma residência. A
investigação aponta que o grupo captava clientes e entrava com processos contra empresas de telefonia para reivindicar valores referentes à propriedade de linhas
telefônicas fixas. As ações eram julgadas procedentes, mas o valor recebido não era repassado aos clientes ou era pago em quantia muito menor da que havia sido
estipulada na ação.
Para um dos responsáveis pela investigação, o advogado acumulou de uma das maiores fortunas do Rio Grande do Sul
a partir do golpe. “O que mais nos chamou atenção é que muitas vítimas eram pessoas humildes. pessoas idosas que precisavam desse dinheiro até para
sua manutenção. E o patrimônio desse sujeito é extremamente elevado. Hoje ele é dono de uma das grandes fortunas do estado”, detalhou delegado Mauro
Vinicius Soares de Moraes.
A operação foi batizada de Carmelina porque este era o nome de uma mulher que teve cerca de R$ 100 mil desviados no golpe.
Segundo a PF, ela morreu de câncer, e poderia ter custeado um tratamento se tivesse recebido o valor da maneira adequada.