A família e o
PMDB já foram comunicados pelo senador Pedro Simon de que ele não será candidato à reeleição em outubro. Depois de sua candidatura ter sido dada
como certa por companheiros de partido, o senador fez uma reflexão e concluiu que estava na hora de parar. No dia 31 de janeiro de 2015, quando termina seu quarto mandato de senador,
ele completa 85 anos de idade. São 32 anos no Senado, 16 na Assembleia Legislativa, quatro no Palácio Piratini e dois na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul,
mais uma passagem pelo Ministério da Agricultura no governo de José Sarney.
Apesar de receber apelos dos colegas senadores e da ex-ministra Marina para
que não abandone a trincheira em Brasília, Simon diz que está decidido a sair e que caberá ao PMDB escolher o candidato. Pode ser alguém do partido ou
mesmo o deputado Beto Albuquerque (PSB), que já manifesotu interesse na vaga. Seu projeto imediato é trabalhar pela eleição de José Ivo Sartori ao governo
do Estado, de Eduardo Campos para a Presidência da República e do filho Tiago para a Assembleia.
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Simon está magoado com os companheiros que sugeriram “a saída no auge,
como Pelé” e com a repercussão das notícias sobre o tratamento dentário que fez pelo plano de saúde do Senado. Acha que foi maltratado pela imprensa
em geral e pela Página 10 em particular, e que houve desrespeito a sua biografia. Atacado nas redes sociais por usar um benefício a que senadores e ex-senadores têm
direito, não se conforma por seus críticos não terem levado em conta o fato de não utilizar as verbas de gabinete, as passagens de avião e outros
benefícios que somariam mais de R$ 2,7 milhões. Reclama de ninguém lembrar de que foi o único a abrir mão da pensão paga os outros que passaram
pelo Piratini ou a suas viúvas.
Em mais de cinco décadas, Simon perdeu a conta do número de pessoas que entraram no PMDB pelas suas
mãos. O primeiro notável foi Paulo Brossard, que em 1964 havia ficado ao lado dos golpistas que derrubaram João Goulart.
— Fizemos
não sei quantas reuniões. O Brossard resistia em ser candidato, o prazo estava se esgotando. Pedi ajuda à Lúcia (mulher de Brossard) e ela apontou o caminho.
Liguei para a Zero Hora, informei que ele seria o candidato e, com a notícia publicada, não teve como recuar — conta.
Foi Simon quem convenceu
Antônio Britto a escrever um livro sobre a morte de Tancredo Neves e ser candidato. Britto foi o deputado federal mais votado do Estado em 1990 e, quatro anos depois, virou
governador. Também foi pela mão do senador que o radialista Sérgio Zambiasi filiou-se ao PMDB. Zambiasi jurava que não seria candidato, mas foi e fez a maior
votação da história da Assembleia, em 1986, e se elegeu senador em 2002. A lista de Simon é longa: Ibsen Pinheiro, José Fogaça, José
Paulo Bisol, Germano Rigotto, Ruy Carlos Ostermann, Nelson Jobim e José Antônio Daudt, entre tantos outros que formam a sua legião de herdeiros.