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18/06/2020 | 17:59 | Política

Abraham Weintraub deixa Ministério da Educação

Ministro vinha se tornando um dos principais pilares dos ânimos acirrados entre governo e Supremo Tribunal Federal

Ministro vinha se tornando um dos principais pilares dos ânimos acirrados entre governo e Supremo Tribunal Federal
Reprodução/Internet
Ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro desde abril de 2019, Abraham Weintraub deixou a gestão nesta quinta-feira (18). O economista era integrante da ala ideológica do governo. Ele anunciou a sua saída em um vídeo, publicado na sua página no YouTube, ao lado do presidente. Weintraub será indicado do Brasil para um cargo no Banco Mundial e deixará a pasta em alguns dias.
— Sim, dessa vez é verdade. Estou saindo do MEC. Vou começar a transição agora e nos próximos dias passo a bastão para quem ficar no meu lugar. No momento eu não quero discutir os motivos da minha saída, mas eu recebi um convite para ser diretor (...) no Banco Mundial — afirmou o ex-ministro.
— Estou fechando um ciclo e começando outro. É claro que eu sigo apoiando o presidente Bolsonaro, como fiz nos últimos três anos. É um patriota, que defende os mesmos valores que eu sempre acreditei: família, liberdade, honestidade, a franqueza, o patriotismo e tem Deus no coração. Agradeço a honra que foi participar do seu governo, e desejo toda a sorte e sucesso nesse desafio gigante de salvar o Brasil. Eu continuarei lutando pela liberdade, mas vou lutar de outra forma — declarou.
Mais cedo, na quarta, o Ministério publicou no seu site oficial um balanço da sua gestão. Entre os cotados para substituí-lo estão o secretário de alfabetização da pasta, Carlos Nadalim, e o presidente da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes), Benedito Aguiar.
Weintraub vinha se tornando um dos principais pilares dos ânimos acirrados entre governo e Supremo Tribunal Federal (STF). Na reunião ministerial de 22 de abril que veio a público em razão do inquérito instaurado após as acusações do ex-ministro da Segurança Sergio Moro, Weintraub afirmou que, por ele, "botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF".
Por causa da declaração, ele passou a ser investigado no inquérito que apura disseminação de fake news e ataques aos ministros da corte.
O economista se reuniu no último domingo (14) com cerca de 15 manifestantes bolsonaristas que furaram o bloqueio na Esplanada dos Ministérios e permaneciam em um espaço em frente ao Ministério da Agricultura. Ainda que tenha evitado voltar a atacar o STF, sua participação no ato teria incomodado o Palácio do Planalto, por incitar mais guerra entre os Poderes.  A manifestação ocorreu logo após o ataque ao prédio do STF com fogos de artifício.
O ministro postou um vídeo ao lado do presidente em suas redes sociais. 
Mais uma baixa no governo
Abraham Weintraub é o sétimo ministro a deixar o governo. Ele estava no cargo desde 8 de abril do ano passado. Nos últimos dois meses, saíram dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, e Sergio Moro, que pediu demissão da Justiça e Segurança Pública.
A demissão dele representa a segunda troca no MEC em menos de um ano e meio de governo. Ele havia substituído Ricardo Vélez Rodríguez, que durou poucos meses.
A gestão de Weintraub à frente do MEC ficou marcada pelo anúncio de projetos que não andaram, derrotas no Congresso, ausência de diálogo com redes de ensino e falta de liderança nos rumos das políticas públicas da área - inclusive durante a pandemia de coronavírus.
O mais marcante, entretanto, foi a postura agressiva e de alto teor ideológico de Weintraub. O tom, que sempre agradou ao presidente, acabou provocando sua saída.
Professor universitário de carreira curta e tímida, sem experiência em educação, Weintraub chegou ao MEC por indicação da ala ideológica do governo. Abraham Weintraub e seu irmão, Arthur, aproximaram-se da família Bolsonaro ainda na campanha eleitoral, levando ideias sobre a reforma da previdência. Também nessa época ficaram próximos de Onyx Lorenzoni (DEM-RS), atual ministro da Cidadania e que até fevereiro controlava o ministério da Casa Civil.
Fonte: Gaúcha ZH
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