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24/12/2020 | 07:48 | Política

Ministério Público Eleitoral recomenda cassação da chapa do prefeito reeleito de Santo Ângelo

Cestas básicas, vale-gás, retirada de multas e até marcação de exames pelo SUS teriam servido como moeda de troca para compra de votos. Prefeitura afirma que ainda não foi notificada da denúncia, que pode resultar em um processo

Cestas básicas, vale-gás, retirada de multas e até marcação de exames pelo SUS teriam servido como moeda de troca para compra de votos. Prefeitura afirma que ainda não foi notificada da denúncia, que pode resultar em um processo
MPF recomenda cassação da chapa do prefeito reeleito por denúncia de compras de votos em Santo Ângelo - Reprodução/RBS TV

O Ministério Público Eleitoral (MPE) recomendou à Justiça a cassação da chapa do prefeito reeleito de Santo Ângelo, Jacques Gonçalves Barbosa (PDT), por suspeita de compra de votos.

 

A Justiça Eleitoral já recebeu a denúncia, mas ainda não fez a análise. Caso seja aceita, um processo será instaurado.

 

Em troca de apoio político, seriam oferecidas vantagens como doação de cestas básicas ou retirada de multas aplicadas pelo município. O prefeito ainda não foi notificado da denúncia, segundo a assessoria da prefeitura.

 

A autorização para a venda de terreno para construir uma capela no cemitério municipal podia valer até 18 votos, segundo a investigação.

 

Uma mensagem revelando a negociação foi encontrada no celular apreendido durante operação do MPE. A denúncia partiu de uma eleitora, que não será identificada.

 

Segundo a delatora, os candidatos apareciam nos bairros da cidade para oferecer vantagens em troca de voto e da colocação de placas de campanha em frente às casas.

 

Ao cumprir mandados de busca na prefeitura, a promotoria colheu provas que reforçaram as suspeitas. No celular de uma funcionária, apreendido na investigação, foram encontradas mensagens que supostamente apontariam para a troca de votos por cestas básicas.

 

"Eles [políticos] relatavam que essas cestas básicas traziam da assistência social. Que elas [moradoras] ganhavam um bilhetinho de algum órgão relacionado à assistência social e eram beneficiados com a cesta básica. Em troca disso? Em troca da placa [do candidato] na casa e o voto", afirma a delatora.

 

Nas buscas, a promotoria apreendeu uma planilha em que aparecem grupos de trabalho formados dentro da prefeitura para reeleger o prefeito e o vice, Volnei Teixeira (PDT). Até o gabinete de primeira-dama aparece na lista.

 

Segundo a autora da denúncia, a equipe da esposa do prefeito costumava deixar bilhetes nas casas dos eleitores para acertar a entrega das cestas básicas.

 

Outros itens teriam sido ofertados na compra de votos, segundo a promotoria: exames e consultas no SUS, televisão, vale-gás, pagamento de conta de luz e de multas da prefeitura. Todas as negociações seriam anotadas.

 

A promotoria também pede a cassação de um vereador e de três suplentes eleitos, entre eles, o atual presidente da Câmara, Pedro Silvestre Perkoski Waskiewicz (PSD).

 

À RBS TV, ele afirma que ainda não foi notificado. "Assim que eu estiver sabendo dessa denúncia, estarei provando no processo que não pratiquei nenhum tipo de ilegalidade e muito menos compra de votos", diz.

Fonte: G1
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