06/06/2021 | 18:05 | Esporte
Colorado perdeu por 5 a 1 no Castelão e segue com um ponto na tabela
O tamanho de uma derrota pode ser medido pela quão empoeirada é a estatística na qual ela se encaixa. A deste domingo, no Castelão, remonta a 2015. Há seis anos o Inter não sofria cinco gols em uma partida do Brasileirão como no 5 a 1 sofrido para o Fortaleza. A goleada transformou o início trôpego no torneio em um desastre que as proporções serão sentidas nas próximas horas.
Na teoria dos discursos, todos os jogos têm o mesmo peso nos pontos corridos. Na prática das decisões, não é assim. Mais do que a divulgação que vai a campo, o que o Inter faz uma hora antes das partidas é apresentar as surpresas do dia de Miguel Ángel Ramírez. A da vez foi a escalação de uma equipe reserva para o segundo jogo do Brasileirão. Do time que bateu o Vitória pela Copa do Brasil no meio da semana somente Moisés, Caio Vidal, Yuri Alberto e Patrick foram mantidos. A consequência da formação foi a pior atuação sob o comando do espanhol.
Os primeiros instantes de partida fizeram parecer que o Inter apresentaria problemas recorrentes. Logo no sexo passe do time na partida, a bola chegou aos pés do goleiro Marcelo Lomba. Foi apenas uma ilusão. Sequer as longas trocas de passes entre zagueiros, goleiro e primeiro volante o time conseguiu aplicar. A marcação dos cearenses sufocou a saída dos gaúchos e manteve a bola com certa constância nas imediações do gol colorado.
O vigor aplicado em campo tinha intensidades diferentes. O Fortaleza jogava para resolver o problema o quanto antes. Sem vislumbrar uma solução em campo, o Inter empilhou erros coletivos e individuais e, fisicamente, perdida dividida atrás de dividida. Sem troca de passes e força na marcação, Lomba trabalhou menos com os pés e muito com as mãos.
O espaço às costas dos defensores permitiu que o campeão cearense conseguisse chegar a zonas perigosas com assiduidade. Em três momentos, o goleiro colorado interviu em cruzamentos venenosos. Apesar de pressionar com constância, os dois primeiros gols do Fortaleza saíram em cobranças de faltas.
O primeiro, aos 17 minutos, teve cobrança em que Lomba evitou que a bola entrasse no ângulo. No rebote, o ex-zagueiro colorado abriu o placar. O segundo saiu de levantamento da intermediária. Desta vez, Robson desviou livre na risca da pequena área. O lance tem como origem uma falta que resultou no cartão vermelho dado ao zagueiro Pedro Henrique que, com as travas da chuteira, atingiu o rosto do adversário. Entre um gol e outro, Lomba salvou chute frente a frente com David, em uma das muitas falhas da defesa colorada.
Parecia que não podia ser pior. Mas, no futebol, sempre pode piorar. O placar foi dilatado no primeiro minuto do segundo tempo. Em nova falha da defesa, em que havia um latifúndio à frente da área, Yago Pikachu entrou livre para colocar a bola no canto.
Tragédia teve mais um capítulo. Em mais um lance medonho do sistema defensivo gaúcho, Deivid irrompeu a grande área. Seu chute, entretanto, foi torto. Nada que Zé Garbiel não pudesse "consertar". Ao tentar afastar, tocou contra o próprio gol. Era o 4 a 0 com 9 minutos.
Praxedes desviando de cabeça cobrança de falta, conseguiu descontar, mas nada capaz de minimizar a preocupação do início cambaleante do Inter no Brasileirão. Por que ainda deu tempo para Wellington Paulista, de cabeça, na pequena área, marcasse quinto. Aí, sim, não tinha mais como piorar.