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03/12/2014 | 05:47 | Política

Kátia Abreu enfrenta críticas, mas tem apoio de quem manda

Líder rural segue favorita da presidente para ocupar o Ministério da Agricultura, apesar de resistências no próprio setor, de deputados do PMDB e da JBS, que financiou campanha de Dilma

Líder rural segue favorita da presidente para ocupar o Ministério da Agricultura, 

apesar de resistências no próprio setor, de deputados do PMDB e da JBS, que financiou campanha de Dilma
Senadora deverá assumir a Agricultura depois de tomar nova posse na CNA no próximo dia 15 (Foto: Sirli Freitas / Agencia RBS)
Líder do agronegócio, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) não é unanimidade. Sofre resistência de alas do próprio setor, de deputados do PMDB e do principal financiador da campanha de Dilma Rousseff, a JBS. Mas tem a preferência de quem manda no governo. Convidada pela presidente há duas semanas, é a favorita da presidente a ocupar o Ministério da Agricultura.
A demora em oficializar Kátia, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) desde 2008, permitiu intenso tiroteio de movimentos sociais e PT. Sobraram críticas à ruralista, que foi oposição no DEM, passou pelo PSD e está no PMDB. No Planalto, avalia-se que ela sobreviveu à berlinda, enquanto o atual ministro, Neri Geller, perdeu força após a prisão de irmãos em operação da Polícia Federal.
– Não é nosso nome (Kátia Abreu), mas somos parte do governo – diz o deputado Dionilso Marcon (PT-RS).
O convite desagradou ao PMDB, que esperava a indicação em outra área e na cota de Dilma. Como a Agricultura é pasta do quinhão dos deputados da legenda, Renan Calheiros (AL) interveio. Aceitou o ministério na cota do Senado, cedendo a Previdência aos colegas da Câmara. A indicação de Vital do Rêgo (PMDB-PB) para o Tribunal de Contas da União fechou a negociação.
Kátia se aproximou da presidente nos últimos anos. A afinidade irritou o presidente da União Democrática Ruralista, Luiz Nabhan Garcia, que classificou Kátia como "traidora do setor produtivo". No entanto, ela tem o apoio da maior parte das federações e sindicatos rurais do país.
– Kátia tem estilo meio Dilma, forte. Por ser do setor, tem condições de fazer um grande trabalho – diz Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura no governo Lula.
O Planalto monitora a discordância da JBS. Kátia já fez críticas abertas ao grupo, mas, por trás da rusga figura uma disputa por nomeações em áreas do ministério.
A confirmação da nova ministra pode demorar alguns dias, com espaço para mais ataques. A senadora também gostaria de assumir a Agricultura após sua nova posse na CNA, prevista para o dia 15.
Fonte: Zero Hora
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