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14/02/2022 | 11:37 | Política

Mayra Pinheiro, conhecida como ''Capitã Cloroquina'', é exonerada do Ministério da Saúde

Médica pediatra, que ocupava o cargo de secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde desde a época de Eduardo Pazuello, assumirá posto no Ministério do Trabalho e Previdência

Médica pediatra, que ocupava o cargo de secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde desde a época de Eduardo Pazuello, assumirá posto no Ministério do Trabalho e Previdência
Mayra Pinheiro durante depoimento à CPI da Covid, no Senado, no ano passado - Edilson Rodrigues / Agencia Senado/Divulgação

Mayra Pinheiro não é mais secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde. Conhecida como "Capitã Cloroquina", por defender medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, ela foi exonerada nesta segunda-feira (14).

A médica pediatra trabalhava na pasta desde 2020 e assumiu a titularidade da secretaria na gestão do general Eduardo Pazuello. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União, em ato assinado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Mayra foi transferida para o Ministério do Trabalho e Previdência, onde irá atuar como subsecretária da Perícia Médica Federal da Secretaria de Previdência — cargo que deve ocupar por pouco tempo, já que deve se candidatar a uma vaga no Congresso nas eleições de outubro pelo Estado do Ceará. Fontes afirmam que ela pediu para sair do cargo na pasta da Saúde, mas a informação não consta no ato da exoneração.

Integrante da ala bolsonarista dentro do Ministério da Saúde, a médica foi alvo da CPI da Covid no ano passado, quando admitiu que a pasta recomendou o uso de cloroquina para pacientes com coronavírus, mesmo sem evidências científicas.

Além disso, tentou implantar uma modalidade de diagnóstico nas unidades básicas de saúde de Manaus (AM) durante o colapso da falta de oxigênio, em janeiro de 2021, para incentivar o uso do kit covid, com medicamentos não recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela comunidade científica para combate à doença. Independentemente dos sintomas e da faixa etária do paciente, a plataforma — conhecida como TrateCov — indicava sempre os mesmos medicamentos, como azitromicina e hidroxicloroquina.

Recentemente, nas redes sociais, Mayra Pinheiro postou um texto onde se colocava de forma contrária à vacinação contra a covid-19 de crianças. 

Dança das cadeiras
Por enquanto, Mayra Pinheiro ainda não tem um substituto na secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. A área é responsável pelo pagamento de bolsas para residentes e pela realização de cursos para profissionais de saúde.

Outro nome que pode sair em breve do Ministério da Saúde é o de Hélio Angotti Neto, titular da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovações e Insumos Estratégicos. Também integrante do núcleo bolsonarista, ele era cotado para ser indicado a uma vaga na diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que irá abrir em julho.

Porém, a indicação foi colocada na geladeira após a divulgação de uma nota técnica, assinada por Angotti, que afirmou que a hidroxicloroquina era eficiente no controle da covid e as vacinas, não. O posicionamento gerou repercussão negativa externa e também internamente, no gabinete do ministro Marcelo Queiroga.

Fonte: GZH
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