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25/06/2022 | 07:44 | Polícia

Primeira etapa do julgamento do caso Ronei termina com os três réus condenados

Nenhum dos réus foi preso devido a um habeas corpus concedido pelo desembargador Jayme Weingartner Neto, do Tribunal de Justiça do RS

Nenhum dos réus foi preso devido a um habeas corpus concedido pelo desembargador Jayme Weingartner Neto, do Tribunal de Justiça do RS
Juiz lê a sentença em Charqueadas - Tribunal de Justiça/RS / Divulgação

Após três dias de júri, chegou ao fim na madrugada deste sábado (25), no Fórum de Charqueadas, o julgamento de três réus acusados pela morte de Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior, morto em 2015, aos 17 anos. O Tribunal do Júri votou pela condenação dos três. A sessão foi encerrada às 00h56min.

Peterson Patric Silveira Oliveira foi condenado a 35 anos e quatro meses de prisão. Vinicius Adonai Carvalho da Silva foi condenado a 38 anos e 10 meses e 20 dias. Já Leonardo Macedo da Cunha foi condenado 35 anos e quatro meses de reclusão. 

Os acusados foram condenados pelos crimes de homicídio qualificado, três tentativas de homicídio qualificado, associação criminosa e corrupção de menores. 

O juiz Jonathan Cassou dos Santos estendeu os efeitos do habeas corpus preventivo concedido aos réus Peterson Patric Silveira Oliveira e Leonardo Macedo da Cunha ao réu Vinicius Adonai Carvalho da Silva. Por essa razão, nenhum dos condenados foram presos.

Por volta de 20h30min, os sete jurados começaram a responder um questionário com mais de cem quesitos, divididos em cinco séries para cada um dos três réus, na sala secreta. A sentença começou a ser lida pelo juiz Jonathan Cassou dos Santos por volta de 00h20min. 

Este é o primeiro de três júris previstos para ocorrer ainda neste ano. Os julgamentos de outros seis acusados estão previstos para os dias 4 e 7 de julho. 

Ronei foi agredido, inclusive com garrafadas, após a saída de uma festa em Charqueadas, em 1º de agosto de 2015, e morreu horas depois. O adolescente saía da festa que ajudou a organizar para arrecadar fundos para a formatura no Ensino Médio. Ele estava junto da colega de escola, Francielle Wienke e do namorado dela na época, Richard Saraiva de Almeida.  

Os dois também foram agredidos e teriam sido vítimas de tentativa de homicídio, conforme o Ministério Público. O pai do jovem, Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, também sofreu agressões. Ele foi ao local buscar os adolescentes após a festa.

Habeas Corpus 
Dois réus, Leonardo e Peterson, conseguiram um habeas corpus preventivo durante o julgamento desta sexta-feira (24). As duas decisões foram concedidas pelo desembargador Jayme Weingartner Neto, do Tribunal de Justiça do RS. A medida garante aos réus que, caso sejam condenados pelo Tribunal do Júri, com pena superior a 15 anos de prisão, eles não serão presos ao final do julgamento. 

De acordo com o desembargador, configura constrangimento ilegal ao direito de locomoção do paciente a execução provisória apenas com base no quantum de pena aplicado, "razão pela qual defiro em parte a liminar, para que o Juiz Presidente se abstenha de decretar a prisão com base neste fundamento, ressalvada a possibilidade de decretação de segregação cautelar, a partir de fundamentação concreta”. 

A defesa de Vinicius Adonai Carvalho da Silva, que segue preso por envolvimento em outro caso, adiantou à reportagem que também entrará com pedido de HC ao final do julgamento.

Pai prestou depoimento 
Em um depoimento bastante emocionado, com pausas de choro, o pai da vítima, Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, contou como foi o dia do crime. O engenheiro também consta no processo como uma das vítimas de tentativa de homicídio. Ele lembrou que foi ao local a fim de dar carona para dois amigos do filho, Ronei Júnior, quando os agressores partiram para cima deles, vindos de trás. Disse que seu primeiro movimento foi tentar sair de carro, mas as portas eram forçadas e garrafas eram lançadas. Ele contou que conseguiu descer do veículo, mas não interromper as agressões, que seguiram até que ele conseguiu partir do local com o filho e os dois amigos direto ao hospital. 

Emocionado, Ronei Faleiro lembrou das últimas palavras do filho, que teria perguntado se o pai estava machucado. 

— Meu filho foi julgado, sentenciado e executado na calçada — disse, aos prantos. 

Para o Ministério Público, o crime foi premeditado.Um vídeo de uma câmera de segurança que registrou a briga que resultou na morte foi mostrado pelos promotores. As imagens mostram que o fato foi rápido, durando 2min30seg. Pessoas aparecem cercando o carro onde as vítimas entraram, batendo no veículo e nas vítimas e jogando garrafas. 

Conforme a denúncia, o confronto teve origem em uma rixa entre grupos de Charqueadas e São Jerônimo - cidade onde morava Richard na oportunidade.

Fonte: GZH
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