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29/06/2022 | 06:40 | Polícia

Sem autorização judicial para cremação, família de mãe e filho assassinados em Itaara fará sepultamento

Corpos foram encontrados em um matagal no início da tarde de segunda-feira (27); os dois foram mortos a golpes de faca

Corpos foram encontrados em um matagal no início da tarde de segunda-feira (27); os dois foram mortos a golpes de faca
Tatiana havia se mudado com o filho para Itaara há cerca de um ano e meio, a fim de ficarem mais perto dos pais - Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal

A família de Tatiana Armanini Hauensten, 44 anos, e Giovani Armanini Hauensten, oito, desistiu de fazer a cremação dos corpos de ambos e irá optar pelo sepultamento, previsto para a manhã de quarta-feira (29) em Santa Maria, na Região Central do Estado. A morte dos dois ocorreu em Itaara. O autor confesso do crime é o namorado da mulher, Leonardo de Lima Zocani, 22, que está preso.

Como se trata de vítimas de assassinato, é necessária autorização judicial para fazer a cremação. O inquérito policial que apura o caso ainda está andamento e, segundo a família, seria necessário aguardar a conclusão da investigação para obter a autorização judicial. Assim, familiares optaram por sepultar mãe e filho, ato que não exige aval junto ao Judiciário.

O velório e enterro dos dois estão previstos para as 11h de quarta-feira (29), no Cemitério Santa Rita, em Santa Maria, município onde as vítimas nasceram.

— Nós havíamos optado pela cremação, que era uma vontade minha, da mãe e da avó da Tatiana, e também do pai do Giovani. Mas não podemos ficar esperando. Seria muito desgastante e também não sabemos quando isso seria liberado. Não temos condições de aguardar. Então vamos fazer o sepultamento dos dois — explicou o pai de Tatiana, Evaldo Armanini.

Os corpos da mulher e do filho foram encontrados em um matagal no início da tarde de segunda-feira (27). Os dois foram assassinados a golpes de faca. Horas antes, o autor confesso havia procurado a Brigada Militar (BM) de Barra do Quaraí e admitido o crime. O assassinato chocou o município de Itaara, onde vivem cerca de 5 mil pessoas, na Região Central do RS.

Segundo o pai de Tatiana, ela era auxiliar de enfermagem, mas atualmente não exercia a profissão. Como Giovani tinha síndrome de Down, Tatiana optou por se dedicar exclusivamente ao garoto, que estava no terceiro ano de uma escola de Ensino Fundamental em Itaara. Os dois residiam no município há cerca de um ano e meio, depois que Tatiana se separou do ex-marido e se mudou de Osório para ficar mais perto dos pais.

— É algo que a gente não consegue entender, o motivo que leva alguém a fazer isso. Ela era alegre, sempre positiva. E o Giovani também, estava sempre rindo, brincando. Ela vivia em torno do filho pequeno, que era especial, precisava de atenção 24 horas por dia, e isso tomava o tempo dela — resume o pai.

Conforme a família, Tatiana e Zocani mantinham relacionamento desde o início deste ano. Há um mês, o casal estava morando junto.

De acordo com o delegado Marcelo Arigony, que conduz o inquérito, mais diligências são feitas pelas equipes, que também ouvirão mais testemunhas do caso. Zocani deve ser ouvido novamente ao longo da apuração.

Ele foi levado para Santa Maria e encaminhado à penitenciária estadual do município. A prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva. O homem deve ser indiciado por feminicídio, homicídio e ocultação de cadáver.

Fonte: GZH
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