A primeira morte por dengue no Rio Grande do Sul, registrada em Santo Ângelo, está sendo investigada pelo Centro
Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS). Amigos contam que a paciente procurou atendimento médico várias vezes.
A morte de Maristela de Lima,
de 41 anos, foi registrada na última segunda-feira (23) no Hospital Santo Ângelo. Amigo da família, o aposentado Pedro Sebastião da Silva diz que ela procurou um
médico no dia 9 de março e só teria sido internada no último sábado (21).
“Ela se queixou que não aguentava mais, de dores
e coisa. Ia no médico e o médico mandava tomar paracetamol sem fazer exame. Ela se preocupava com os filhos e com os netos, sustento da casa, ela que sustentava”,
relatou o amigo da família.
“Nós tivemos a notificação dois, três dias antes do óbito dessa senhora Foi feita a
notificação bem tarde. Muito pouca coisa se sabe. Sabe-se que ela procurou duas ou três vezes um médico, depois quando ela internou, em seguida foi a
óbito”, diz a coordenador da Vigilância Ambiental de Santo Ângelo, Selenir Arruda.
A administração do Hospital Santo Ângelo
disse que só vai se manifestar sobre o caso na próxima semana.
Um gabinete de crise foi instalado na cidade para definir estratégias e
ações de combate a dengue em toda a região. A preocupação é grande, pois dos 136 municípios gaúchos infestados pelo mosquito da
dengue, 91 ficam na Região Noroeste do estado.
“É um alerta a toda a população porque os municípios da Região
Missioneira são muito próximos, então pode acontecer em qualquer um dos municípios. E a consciência da população, aquilo que tem que
reforçar é não deixar nenhum tipo de recipiente com água parada nos seus pátios”, diz Elson Pedro Rezende da Silva, da 12ª Coordenadoria de
Saúde.
Nos três primeiros meses deste ano o estado já atingiu 75% do total de casos registrados em todo o ano passado. Conforme o último
levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), divulgado na terça-feira (24), foram confirmados 66 casos no estado: 35 autóctones e outros 31 importados.
